A possibilidade de união entre o PP, União Brasil e Avante para a próxima eleição vai deixar uma senadora com mais poderes e outra menos prestigiada em Mato Grosso do Sul. Soraya Thronicke preside o União Brasil e Tereza Cristina o PP, mas só uma poderá ficar no comando se a federação entre os partidos for confirmada.
A união dos partidos está ganhando força em Brasília e pode ser oficializada nos próximos dias. A ex-ministra Tereza Cristina está em alta no Senado, onde ocupa a liderança do PP e atua fortemente na oposição ao governo de Luís Inácio Lula da Silva (PT). Soraya chegou a ser candidata do União na eleição para presidência, mas perdeu força depois que o partido passou a integrar a base de sustentação de Lula.
Com a federação, apenas uma poderá comandar as siglas no próximo ano. Hoje, Soraya precisa aparecer mais do que Tereza, já que está na metade final do seu mandato e precisará disputar a reeleição daqui quatro anos.
O União Brasil tem a terceira maior bancada da Câmara Federal, com 59 deputados, mas juntando força com PP e Avante, chegaria a 115 parlamentares, ultrapassando o PL, que hoje tem a maior frente, com 99 parlamentares.
Se efetivada, a federação entre os partidos para as próximas eleições deve causar problemas internos principalmente no União Brasil, que hoje tem três ministérios no governo Lula: Ministério das Comunicações, com Juscelino Filho; do Turismo, com Daniela Carneiro; e da Integração e Desenvolvimento Regional, dirigido por Waldez Góes.
A indicação dos ministros, inclusive, gerou divergências internas, já que o União vem da junção entre DEM, tradicional opositor ao PT, e PSL, antigo partido de Jair Bolsonaro.
Além das divergências internas, a junção dos partidos também pode enfrentar questionamento legal. Há interpretação de que na nova legislação eleitoral só é permitida uma nova união após cinco anos de registro, o que impede o União Brasil de nova junção, já que foi criado em fevereiro do ano passado.


















