No terceiro mês de governo, a gestão do presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT) ainda patina na definição dos cargos do terceiro escalão, como são chamadas as superintendências e diretorias estaduais do Governo Federal.
Em Mato Grosso do Sul, pelo menos quatro partidos disputam os diversos cargos: PT, PSDB, PSD e União Brasil. Quem lidera as articulações no Estado é o deputado federal Vander Loubet (PT), mas quem dá a palavra final é o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha. Tudo pensando na governabilidade do presidente Lula, que ainda não consolidou uma base de sustentação no Congresso.
O PT de Mato Grosso do Sul chegou a apresentar uma lista com 10 cargos prioritários ao ministro, que sentou em cima das indicações. A lista incluía cargos que agora devem ser dados a partidos aliados como PSD e União Brasil. Um deles, a Superintendência do Desenvolvimento da Pesca (Sudepe), na lista de prioridades do PT, mas sob o comando do PSD nacionalmente.
União Brasil e PSD têm seis ministérios no governo Lula, três para cada, mas ainda contam com muitos filiados contrários ao apoio e Mato Grosso do Sul é um exemplo. Os dois senadores do Estado, Soraya Thronicke (União) e Nelsinho Trad (PSD) são contrários ao apoio.
Vander tenta convencer a dupla com os cargos do Governo Federal, o que pode fazer petistas ficarem sem alguns cargos almejados. Quem também está na lista é o PSDB, que já aceitou apoiar Lula. O trio de deputados federais do PSDB, composto por Geraldo Resende, Beto Pereira e Dagoberto Nogueira, deve indicar alguns cargos para Vander, em troca da parceria com Lula.
No União Brasil há grande possibilidade de Rose Modesto assumir um cargo importante. Ela não saiu do partido após a eleição a pedido do próprio presidente, Luciano Bivar, que agora pode emplacá-la em um cargo federal. Por enquanto, todo mundo continua na espera desta articulação que tem como principal meta no momento garantir tranquilidade para Lula no Congresso.
A dificuldade é tanta que Vander tem conversado até com adversários declarados, como Marcos Pollon e Rodolfo Nogueira, ambos do PL. Rodolfo é mais ligado a Jair Bolsonaro e dificilmente deve fazer compromisso. Já Pollon tem como meta a questão armamentista, que pode entrar na negociação para atrair bolsonaristas.
















