O sucesso conquistado nacionalmente com a eleição de bancadas no Congresso, que dimensionam a grandeza de um partido, não refletem em Mato Grosso do Sul. Brigas internas, a força do PSDB e até o desinteresse de lideranças deixam partidos considerados grandes nacionalmente, pequenos no Estado.
Na última eleição, o PL terminou em primeiro lugar no número de deputados federais, com 99 representantes e cresceu no Estado, com dois deputados federais e três deputados estaduais. A continuidade desta crescente será aferida na próxima eleição, quando o partido tentará conquistar prefeituras, pensando na eleição de 2026.
O segundo colocado na conta nacional é o PT, com 68 deputados federais. Na última eleição, o partido conseguiu eleger dois deputados federais e três estaduais, mas não tem nenhum prefeito no Estado, reflexo da queda do partido com a prisão de Lula, impeachment de Dilma Rousseff (PT) e o crescimento da direita com a eleição de Jair Bolsonaro (PL).
Na eleição do próximo ano o partido tentará voltar a ter um grande número de prefeitos no Estado, algo que aconteceu quando Zeca do PT foi governador. O próprio Zeca surge como opção para a Capital e o partido também pretende lançar Tiago Botelho em Dourados, a segunda maior cidade do Estado.
Brigas
O União Brasil ocupa a terceira posição no ranking nacional, mas em Mato Grosso do Sul vive uma crise com briga por espaço entre grupos liderados pela senadora Soraya Thronicke e ex-deputada federal Rose Modesto. Rhiad Adulahad foi eleito presidente, pelo grupo de Soraya. A ala ligada a Rose Modesto acionou a justiça e fez nova eleição, elegendo a ex-deputada presidente.
Hoje, o União Brasil tem Rhiad, provisoriamente, como presidente, pelo menos até a decisão judicial, mas o partido está parado. Lideranças do interior aguardam o desfecho desta briga para decidirem o futuro, principalmente depois que Soraya deixou a sigla e se mudou para o Podemos.
Derrocada
O PSD e MDB, que já foram grandes em Mato Grosso do Sul, vivem um encolhimento. O PSD, comandado pela família Trad, não vive boa fase. Marquinhos Trad deixou a Prefeitura de Campo Grande para disputar o governo e perdeu. Fábio Trad também não foi eleito e o partido depende do senador Nelsinho Trad (PSD), que ainda projeta o futuro.
Nelsinho vai para os últimos quatro anos de mandato e de olho na reeleição, que não será fácil, apesar de ter duas vagas ofertadas. Ele terá entre os prováveis adversários Soraya, Reinaldo Azambuja (PSDB) e Vander Loubet (PT). Nos últimos meses, se aproximou da ala mais bolsonarista e cogitou deixar o PSD, algo ainda não confirmado.
Enquanto Nelsinho não se decide, o partido aguarda a saída da inércia para decidir o futuro. Candidatos a prefeito no interior aguardam posição do partido e já estão de olho em siglas que se movimentam para próxima eleição.
O MDB também se encaixa no grupo de partidos fortes nacionalmente, mas com dificuldade em Mato Grosso do Sul. O partido já foi o mais forte no Estado e viu o antigo aliado, PSDB, ganhar destaque com os oito anos do governo de Azambuja e os próximos quatro de Riedel.
André Puccinelli chegou a iniciar um processo de retomada do crescimento, mas após assédio do PSDB, acabou se rendendo e voltando à antiga parceria, que pode limitar o crescimento no Estado. Isso aconteceu porque algumas lideranças, incluindo o deputado estadual Márcio Fernandes (MDB) entendiam que a sobrevivência do partido passaria por esta retomada na parceria.
Em alta
O PP, quarto maior do País, com 47 deputados federais, vive grande fase em Mato Grosso do Sul, liderado pela senadora Tereza Cristina. O partido tem o segundo maior número de prefeitos, com 20, atrás apenas do PSDB, com 42, e é um dos mais procurados no interior para filiação. A sigla aposta na força de Tereza Cristina, eleita com mais de 800 mil votos, e na proximidade do partido com Jair Bolsonaro para crescer ainda mais. Hoje, o partido comanda a Capital, com Adriane Lopes, e Dourados, com Alan Guedes, ambos tentando a reeleição.
O PSDB, liderado por Azambuja, que já foi um dos maiores do País, ocupa a décima posição no País, mas no Estado lidera com folga. Reinaldo saiu de 37 neste ano para 42 e tem projeção de chegar a 50 dos 79. Reinaldo trabalha as candidaturas de prefeito com um olho em 2024 e outro em 2026, quando pretende disputar o Senado.
Republicanos, PDT e PSB ocupam a sétima, oitava e nova posição, respectivamente, e tentam crescer. O Republicanos tenta atrair a ala bolsonarista menos radical, enquanto PDT e PSB a esquerda menos lulista. A eleição do próximo ano mostrará a força das lideranças, que incluem novo cenário com a volta da esquerda ao poder e a inelegibilidade do maior líder da direita hoje, Jair Bolsonaro.














