O Partido dos Trabalhadores (PT) decidiu se afastar da base do governador Eduardo Riedel (PP), mas deixou claro que pretende fazê-lo sem que seus filiados sofram qualquer consequência. Uma saída que parece nobre no discurso, mas que, na prática, é pura hipocrisia.
O rompimento se deu após gestos de Riedel ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), incluindo críticas do governador à prisão domiciliar do ex-presidente. O PT se apressa em criticar, mas sem assumir o custo real de uma ruptura.
Em 2022, o partido apoiou Riedel no segundo turno para derrotar Capitão Contar. Agora, diante de gestos que consideram incompatíveis com seus princípios, o partido decide “sair”. Mas a saída é cuidadosamente ensaiada: falar em independência e oposição sem perder conforto.
O resultado é um espetáculo de contradição. O PT protesta contra a aproximação de Riedel com Bolsonaro, mas tenta manter seus militantes ilesos, mostrando que, para o partido, a coerência política vale menos que a preservação da própria turma.
No fim, o que se vê não é ruptura, nem posicionamento firme. É apenas a velha estratégia do PT: falar em princípios e agir pela conveniência. Hipocrisia bem ensaiada, sem custo real, mas com grande efeito simbólico.














