O prefeito interino de Terenos, Dr. Arlindo (Republicanos), ainda não oficializou nenhuma mudança desde que assumiu o comando da prefeitura, na última sexta-feira, após prisão de Henrique Wancura Budke (PSDB).
Entre os vereadores, o comentário é de que ele já determinou suspensão de todos os contratos com empresas investigadas, mas no Diário Oficial desta segunda-feira não há publicação do Município de Terenos. A reportagem indagou o prefeito sobre mudanças, mas ele não respondeu até a publicação.
Até o momento, todos os secretários continuam e chama atenção a permanência de Nilza Lopes na chefia de gabinete. Ela não foi citada na investigação até o momento, mas é esposa de um dos 15 presos ao lado do prefeito, Orlei Figueiredo Lopes.
Orlei é apontado na denúncia do Ministério Público Estadual como a pessoa para recebia propina no período em que a empresa Angico executava a construção de um bloco da Escola Jamic (Tomada de Preços 006/2022).
Segundo a investigação, Henrique teria recebido, no ano de 2024, o valor de R$ 30.000,00 durante a execução das tomadas de preço em análise, o que teria feito por meio de Orlei, utilizado como “testa de ferro” do Prefeito.
“Ocorre que, 13 dias após Genilton receber o valor de R$ 277.348,32, Henrique lhe encaminharia mensagem para que tomassem um café na Prefeitura, o que teria sido prontamente aceito. De imediato, após o encontro pessoal, Genilton teria acionado Orlei para solicitar a sua chave pix, sob o argumento de que iria realizar um pagamento tido por restante. Logo em seguida, Genilton teria transferido a Orlei a quantia de R$ 30.000,00, com enviou do respectivo comprovante”, informa o MPE.
O caso
Operação Sptles, do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (GAECO) e Grupo Especial de Combate à Corrupção (GECOC), cumpriu 16 mandados de prisão preventiva e 59 mandados de busca e apreensão na terça-feira passada, em Terenos.
A investigação constatou a existência de organização criminosa voltada à prática de crimes contra a Administração Pública instalada no município de Terenos/MS, com núcleos de atuação bem definidos, liderada por um agente político, que atuava como principal articulador do esquema criminoso.
“A organização criminosa se valia de servidores públicos corrompidos para fraudar o caráter competitivo de licitações públicas, direcionando os respectivos certames para beneficiar empresas participantes do esquema delituoso, mediante a elaboração de editais moldados e por meio de simulação de competição legítima, em contratos que, somente no último ano, ultrapassaram a casa dos R$ 15.000.000,00 (quinze milhões de reais), diz parte da nota do Gaeco.
Segundo as investigações, o esquema também envolvia o pagamento de propina aos agentes públicos que, em típico ato de ofício, atestavam falsamente o recebimento de produtos e de serviços, como ainda aceleravam os trâmites administrativos necessários aos pagamentos de notas fiscais decorrentes de contratos firmados entre os empresários e o poder público.
A polícia extraiu provas de alguns telefones celulares apreendidos na Operação Velatus, compartilhadas mediante autorização judicial, que revelaram o modus operandi da organização criminosa e possibilitaram que se chegasse até o líder do esquema.
“Spotless” – termo que dá nome à operação, é uma referência à necessidade de os processos de contratação por parte da Administração Pública serem realizados sem manchas ou máculas.














